Apadrinhar uma Criança!

Desde que me lembro que sou gente, ou seja, desde que comecei a ter livre pensamento, liberto das regras e opiniões emitidas e por vezes impostas, por terceiros (quase sempre os nossos pais) que sou sensível a algumas questões e realidades que acontecem no mundo e muito embora a elas seja alheia, sempre acreditei que não as devemos aceitar como inevitáveis e certas.

E se antes ficava triste por assistir ao que de mal acontecia no mundo, provocado principalmente pela mão do Homem, desde que fui mãe a minha sensibilidade aumentou 500, 1000, 1 bilião%, e agora simplesmente fico revoltada com todas as atrocidades e injustiças que acontecem por esse mundo fora. Tendo isto em consideração, tomei a decisão, por mim e pela minha filha, de que não vou ser uma mera espectadora, passiva e lamuriante, mas uma cidadã activamente empenhada em fazer o que puder, dentro das minhas possibilidades, para melhorar o mundo, seja ele a minha família, a minha cidade, o meu país, ou o meu planeta.

Uma das realidades que me deixa desolada e revoltada é o facto de, em pleno século XXI, com tantos recursos existentes no planeta e com tantos países que gastam biliões de euros em armamento, ainda existirem milhares de crianças a passarem e a morrerem de fome. E aqui está a minha IDEIA: ajudar crianças vítimas da fome que, para além da falta de alimento, sofrem da falta de água potável, de assistência médica e de educação de base, entre outras coisas.

E o meu PLANO consiste em eu e o meu marido apadrinharmos uma criança que vive numa zona carenciada de Moçambique, através do CCS Portugal – Centro para a Cooperação e Desenvolvimento, ainda este mês. Este apadrinhamento irá ajudar essa criança no seu desenvolvimento, no desenvolvimento da sua família e da comunidade onde está inserida. Ajudará também a providenciar meios para que tenha acesso à educação, que aprenda uma profissão, enfim, que melhore as suas condições de vida e da comunidade que a rodeia. Espera-se que assim se quebre o ciclo da pobreza em que vive. Poderemos conhecer a criança apadrinhada por fotografia, e poderemos acompanhar a sua evolução, através de relatórios que nos serão enviados regularmente pela CCS Portugal. E quem sabe, dentro de dois ou três anos, quando a minha filha já tiver idade para compreender o real significado das coisas, não iremos visitá-la a Moçambique? Será certamente algo que irei fazer.

E porque acredito que temos a responsabilidade de pelo menos tentar mobilizar outras pessoas para assumirem um papel activo na mudança positiva do nosso mundo, iremos oferecer neste Natal a todos os nossos amigos e familiares uma prenda bem diferente: cada um receberá uma carta a explicar que é, a partir daquele momento padrinho/a de uma criança, através do CCS Portugal. Certamente o embrulho não será bonito, e a prenda não será grande em tamanho, mas cada prenda será, pelo menos para nós, e esperamos que quem a receba também assim o entenda, um enorme pedaço de carinho e amor, e uma oportunidade, de ouro! de fazer uma importante diferença na vida de alguém.

Com pequenos passos se consegue alcançar o caminho para a felicidade, temos é que por pés ao caminho! Acredito que a minha Felicidade depende também da Felicidade que puder dar a outros e estou a iniciar a minha viagem, que se afigura longa, mas será certamente divertida e desafiante, assim o desejo.

Um beijo,
SÓNIA SILVA